A 120km a este da Coreia do Sul, a Ilha Ulleungdo é a sétima maior ilha do país. Esta ilha de origem vulcânica consiste em 44 ilhotas de tamanhos variados, cobrindo uma área de aproximadamente 73km2. Caracterizada pelas suas falésias, é frequentemente visitada pelos aficionados de escalada. A esta ilha que contabiliza cerca de 10 mil habitantes, chegam frequentemente visitantes cujo objetivo é chegar a Dokdo, visto que, como referido no artigo anterior, é a única forma de aceder à ilha disputada.
Para aquigar, existem várias opções, para já limitadas a travessias de barco, a partir de várias cidades como, Pohang, Hupo, Mukho ou Gangneung. Está prevista a construção de um aeroporto no futuro, ainda sem data anunciada. E é esperado que o aeroporto traga mais turistas à ilha, visto que as travessias de barco são tumultuosas e muitas vezes interrompidas devido ao estado do tempo e do mar.
Para referência, a travessia entre Hupo e Ulleungdo tem o custo de 60.000 won (bilhete normal, sem descontos), que equivale a 43.65€. A tabela de preços está na galeria acima, onde podem também ver o ferry que realiza a travessia.
Esta travessia demora aproximadamente 3 horas. Tempo que pode ser estendido caso o mar decida não cooperar. Como aconteceu connosco. A viagem demorou 5 horas, e foi muito tumultuosa, ao som de um coro de vómito. Mesmo assim, tivemos sorte! O barco que saiu de Pohang à mesma hora que o nosso foi forçado a voltar para trás devido às ferocidade do mar.
Esta viagem respondeu uma das minhas perguntas. Não conhecia nenhum coreano que tivesse visitado Dokdo, e perguntava-me porquê. Mas depois da pior viagem da minha vida percebi que, para além de um bom estômago (e uns patches para o enjoo), tudo está dependente do estado do tempo e do mar.
Apesar de o tempo estar apenas encoberto, a viagem a Dokdo marcada para o mesmo dia foi adiada. Quem iria imaginar mais 5h num barco? Pois... A chuva intensa dos dias seguintes não nos permitiu fazer muita coisa, mas mesmo assim foi incrível!
No primeiro dia fomos visitar o Museu de Dokdo. Associado ao museu existe um cable car, que nos leva ao topo de uma montanha. Se o tempo permitir, dessa montanha podemos avistar Dokdo. Mas o tempo não estava grande coisa, não conseguimos ver Dokdo. Mas deixo-vos a galeria de fotos do primeiro dia :D
No segundo dia tinham planeado duas actividades. Uma das actividades era aquática, enquanto outros iriam fazer uma walking tour pela ilha, tendo esta última sido cancelada devido ao tempo. Como a chuva teimava em não parar, passeamos pela ilha de autocarro, parando em alguns pontos famosos para tirar fotografias. O almoço foi muito tradicional - bibimbap de vegetais selvagens. Seguiu-se uma breve paragem pela Nari basin, um local com casas tradicionais. Digo breve pois fomos escorraçados pela chuva! Mas apesar da chuva, ainda podemos divertir-nos nos desportos aquáticos!
*curiosidade: A ilha na primeira fotografia chama-se Jukdo (Ilha do Bambu), e o nome provém da produção de bambu. É habitada por um casal apenas, que está responsável pela plantação de bambu.
Nari Basin e bibimbap de vegetais selvagens.
No final do dia, os nossos planos eram ainda uma incerteza. De acordo com o plano original, deveríamos regressar no dia seguinte. Mesmo sem termos visitado Dokdo. Mas, por obra do destino, não haviam barcos para voltar ao continente. Todos os barcos estavam lotados e fomos obrigados a ficar mais um dia em Ulleungdo.
Mas nem todos os imprevistos são negativos. Por acordamos com o dia mais bonito que já vi na Coreia. Um tempo maravilhoso! Mar super calmo. E finalmente tivemos oportunidade de ir a Dokdo.
Deixo uma últimas fotos de Ulleungdo. Sobre Dokdo, ficarão a saber mais na última parte da trilogia.
Curiosidades: Esta ilha não tem cobras, mas tem gaivotas em abundância. Como chove e neva muito na região, água também abunda na ilha. Por fim, deixo-vos as mascotes da ilha, representantes dos produtos mais comercializados localmente: lulas e abóboras.
Autoria: Andreia Carvalho
Fotografia: Andreia Carvalho (sem filtros ou edições)
Mapa e fotografia das mascotes: retiradas do Google
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